quarta-feira, fevereiro 23, 2005


Rafael Moirai
Original

Esperança

Monstros começam a invadir.
O bréu cobre-os.
Batalhas à partida perdidas iniciam-se
pequenos exercitos de ódios sangentos
saciam-se na ténue esperança
até quando...

sexta-feira, fevereiro 18, 2005


Rafael Moirai
Original

Deixei-me levar

Deixei-me levar na corrente
dos rios em tormenta
as cheias prenunciavam-se
o meu corpo balançava-se

o tempo sem termino
em espaços passava
o vento sem rumo
as folhas levava

o sangue com que os seixos me presentearam
gotejava
escuro e ferroso
afundava

Sem fim à vista
o tempo passava
a razão à loucura se transformava
uma alienação doce
da realidade imaginada

Enquanto o corpo mirrava
a vida era sonhada
o destino multiplicava-se
em milhares de possíveis variantes.

terça-feira, fevereiro 15, 2005


Rafael Moirai
Original

Agonia

A agonia que este vazio me cria
vazio nunca por ti preenchido
As noites de sonhos de amor
contigo contracenados
Os dias que sem ti
já vivi
Os futuros contigo idealizados
que se transformaram em castelos de cartas
para sempre desmoronados.

É tudo isto que me resta
me corrói,
autofagicamente me devora
em constante consonância
com o movimento dos ponteiros
desses relógios automultiplicadores
que todos os dias
transformam as nossas vidas
nos seus habitats.

Em ti

A folha que do ramo se desprendeu
e eu vi
O pássaro que aprendeu a voar
e eu vi
A gota que da nuvem se soltou
e eu vi
O remoinho que ontem se formou
e eu vi

Todos me fizeram pensar em ti.

Menina da Lua

Menina da Lua
Deixa-me a ti me juntar
e viajar na tua falua
e assim percorrer esses mares de alcamias
polvilhados de estrelas e imensas galáxias
para onde navegaríamos para não mais voltar
encalharíamos nesses confins
onde todos os dias nasce um universo
e todos os dias renasceria a minha esperança
de um dia retornar
e voltar a amar.

domingo, fevereiro 13, 2005


Rafael Moirai
Original
I feel blue
for all that I’m not to you
I’m yellow
for all that I couldn't tell you

my small world is falling apart
because you don't want to be part

I say hello
to the things you say bye
I breath
when you say hi
even to the planes passing by

my small world is falling apart
because you don't want to be part

I fell you always
going away
my only thought is
maybe you will be happy

Sem nome

Dois espaços
onde um podia haver
não é mais que desencontro emocional

a perda
quando nunca se teve
não é mais que ambição insana

enlouquecer
quando nunca se foi são
não é mais que não correspondida paixão.

Renascer

Hoje no meu coração habita
as feridas não sofridas
as lágrimas não vertidas
os amores não vividos
as noites de paixão não existidas

os sonhos sem alicerces
as viagens sem partida
as palavras nunca ditas
as emoções não sentidas

tudo o que podia ter sido
mas nunca irá ser

Hoje o tempo termina
enquanto a minha alma alucina

Quantos foram,
quantos hão-de ser
estes cruéis partos
em que tenho de renascer?

quinta-feira, fevereiro 10, 2005


Rafael Moirai
Original

Sem nome

Os vermes da putrefacção
entrarão em período laboral
as antíteses da morte
atingem o seu exponencial máximo
a vida à morte cede
a vida à morte prossegue
mas esse lúgubre adormecer
que de milhares de despertares é feito
não é o término
é sempre o início.


Conquista

Foi nesses vales e montes
dessas paisagens já muito retratadas
que esse teu perfume me perseguiu
a lua já ia alta
quando o teu semblante a ele se aliou
e foi daí em diante
que não mais se curou o meu corpo
desse teu aroma encantador
que a tua imagem no meu coração se sitiou

Sem luta, batalha ou guerra
Sem suor, sangue ou lágrimas
A ti, todo o meu ser se rendeu

E agora que te sinto em retirada
Todo o meu eu
treme e estremece
Não sei se após a tua partida
algo para trás ficará,
os despojos nada valem
para nada mais servem
antes a terra queimada à tua passagem

Mas mesmo assim não me arrependo
de ter sido conquistado.

(19-01-05)

quarta-feira, fevereiro 09, 2005


Rafael Moirai
Original

Ontem

Ontem vi-te passear no jardim azul dos meus sonhos
senti a harmonia que crias cada vez que ficas sem fôlego
ofereci-te os mais raros aromas cada vez que abordavas uma flor
transformei os espinhos das rosas no mais requintado veludo,
para que a virgindade das tuas mãos permanecesse intocada
cobri os passeios de pétalas para que os teus níveos pés nus flutuassem
plantei as mais exóticas espécies para o teu puro deleite

Depois esculpi o mais belo banco de jardim em cristal puro
para que nele nos pudessemos encontrar

Mas antes de poder alcançar
tu nele te quedastes a chorar...

Prosseguir

Bruscamente o vento mudou
o tempo pareceu pairar
e estancou
as estações da vida fundiram-se
e deixaram de ser
e o meu coração deixou de bater

Por uma palavra tudo se pareceu deter
por um momento
deixou de haver razão de ser

Mas o tempo tem de fluir
o vento é um ente livre
a vida tem que prosseguir.

terça-feira, fevereiro 08, 2005


Rafael Moirai
Original

Sonho

Quero esculpir um pássaro
que não saiba voar
para com o meu amor o alimentar
e assim saber sempre que o posso apanhar
Quero compor uma musica de pequenos ruídos composta
para a poder libertar
e ninguém a notar
pois nela o teu nome irá soar
Quero pintar um mundo
em suaves tons pastel
em que a métrica da tua imagem
todos possam vislumbrar
pois à imagem tua feito
a beleza nada mais teria para dar
quero que um dia a tua mão encontre a minha
e não mais deixar de sonhar.

Mar

Murmurejar sabe a mar
Ao salgado que as ondas
deixam no corpo ao secar
À brisa atlântica que nos assalta
sempre que se vê o mar
A esse azul oceânico
em que o Sol se parece deitar
A momentos eternos de verão
em que podemos nos amar.

Sentir

Sente-se o vento no seu suave murmurar
as arvores já meio nuas
vibram quando tentam parar
as folhas que ao cair
soltam triste gemido aquando do quebrar
compõem o êxtase das ténues tardes de inverno
que o sol ousou violar
em breves momentos de sedoso acariciar
pois as alvas e virgens nuvens
cederam com o seu navegar
E nada parece deter
todo este sentir.

Novo dia

O ténue despertar do gaio azul
traz uma gentil aurora nas suas asas
o seu suave chilrear
é bálsamo que clama o fim do luar
Os breves momentos que parece durar
são tempos de ilustre alegria
A vibração que as cores parecem dar
mais não têm que um leve tiquetaquear
Os corações que ao despertar
passam sempre por ligeiro acertar
de ritmos cardíacos.
Mais não é do que um novo dia a chegar.

segunda-feira, fevereiro 07, 2005


Rafael Moirai
Original

Novo tempo

Sinto o pulsar de um novo tempo
nesta aurora crepuscular
tem um grave movimento
não parece nunca definhar
as suas rotas e trajectórias
expressam-se em elipses diametralmente opostas
Pois sempre ao inspirar
esse movimento involuntário e regular
engole um oceano, exponencialmente maior
do que o Universo parece regurgitar
O tempo não tem razão
as leis também não
A moral é imoral
Já não mereço perdão
Sinto-me partir,
sem daqui sair
O mundo expõe-se em fotogramas
de ténue e amarelada luz
Onde antes água corria
os peixes aprendem a voar
O espaço que o meu corpo habita
já não é uno e livre
Será que me estás a matar.

Veneno

A terra que me sustém
há-de-me cobrir
A noite que sempre vem
não mais irá partir
Nesses fins de tempo
o mistério se resolverá
Hei-de finalmente
ser senhor dos mistérios
que em suaves doses
me forçaste a engolir
Mas talvez agora
já nada possam servir
O cianeto que antes não quis
tornou-se num pó de esquecimento
num elixir feliz
que ninguém me fornecerá.

domingo, fevereiro 06, 2005


Rafael Moirai
Original

O fim

A rocha ígnea,
com que presenteei
a minha dor,
transtornou-se em labaredas vivas,
e em processo de autocombustão
dilaceram o meu ventre.
Os nervos que em mim habitam,
são agora, oleodutos em chama
que nos seus percursos sinuosos,
proliferam essa mensagem
por mim conscientemente negada,
mas a bestialidade a que dou corpo,
não se deixa perfidiar
em jogos simples de lógica.
Tudo o que um início tem,
um término obrigatoriamente também tem.
O fim foi convocado!
Nada do que agora existe,
poderá amanhã deixar de inexistir.
espero por ti no final desse túnel carvão.
As trevas serão nosso encontro
do que foi, e não devia ser.

Tenho em mim

Tenho em mim um vazio.
Em que emanam pássaros com asas de borboletas,
desprendidas em jorros de sangue multicoloridos.
Tenho em mim uma tristeza.
Em que vermes vorazes, proliferam,
enquanto de mim se banqueteiam.
Tenho em mim a tua ausência.
E preenche-la, nunca poderei.

Turbulência

As nuvens amotinaram-se.
O céu revolta-se.
Sente-se a desolação de um vento perdido.
O tempo metamorfoseia-se,
no dragão dos sentimentos.
Os dias de calmaria já à muito largaram
o porto dos nossos desejos.
Já não há abrigo.
O mundo reivindica,
o seu pedágio.
Não há forma de o pagar.

sábado, fevereiro 05, 2005


Rafael Moirai
Original

Sinais

Que significa...
um golfinho
morto na praia

cadáver putrefacto
d'onde cheiro nauseabundo
emana

uma garrafa
trazida
pelo mar

sem mensagem
sem nada
só ar

Que sinais nos querem
dar, estes
que de uma forma
ou outra
são deuses,
seres que existem sem serem visíveis?

(Data desconhecida)

Matéria

mente insana
paixão loucura
vós sois
nada pois
não sei
perdido estou
nada sou
quem sou
nada resta
tudo existe
matéria permanece
atómo universo
eterno mutavel
protões neutrões
electrões
(Data desconhecida)


Dentro de mim

Olho em volta, procurando-te
Não te vejo, tenho medo, desespero
transpiro, o pavor gela-me
Paralizo
fujo, em pensamentos
E logo, sinto-me feliz
achei-te dentro de mim.

(Data desconhecida)

Sinto-me perdido

Sinto-me perdido
envolvido, na tua presença
caminho sem andar
respiro sem ar
acho-te sem te procurar
perco-me ao tentar

(Data desconhecida)

quinta-feira, fevereiro 03, 2005


Rafael Moirai
Original

Tarde demais

Vós Oliveira
Secular habitante de Portugal
Que tanto sabes e nada dizes
Vós que aí estais
Apodrecendo sob o olhar indiferente de todos
Vós que de amores a ódios, já todos abrigastes
Vós que à vossa fria sombra já tivestes guerras e tratados
Vós que corpos alimentastes e pescoços esticastes
Vós a mais nobre das àrvores
A mais pura e glorificada
Vós que sois o primeiro sinal do início e do fim de tudo
Vós a que todos sobrevivestes
diz-me
diz-me como é ser àrvore
ser pura e putrefacta
ser nobre sem vassalos
ser simbolo de vida e estar a definhar.
diz-me tudo,
antes que,
seja,
tarde de demais...

(Data desconhecida)

A ti Vida

Qual fénix das cinzas renascida, a vida encontra o seu fogo no túnel escuro da morte. Algo se passa para a existência nos fogos purificadores se deitar e em cinzas o corpo transformar para que desta forma as asas da Alma poderem finalmente voar.
À quem me dera corpo ter e Alma de asas livres para poder voar. O sonho liberta, mas a vida não é sonho, é o real de forma crua e nua, que atordoa e fura as visceras que no nosso corpo, seguram as asas que a alma tem, e a não deixam voar.

(Data desconhecida)

Hoje eu

Hoje senti-o.
Ou será que o voltei a sentir?
Não sei, pois ... sempre que o sinto é como se começasse tudo de novo.
Como se naquele preciso momento eu voltasse a nascer.
Como se eu caísse do paraíso para a terra.
E a descobrisse como a mais bela.
Para quem não consiga perceber o que eu senti, eu vos relatarei.
Hoje eu senti aquela catarata de sentimentos a submergir o meu cerebro que o Homem ainda não consegue explicar.
E à qual muitas vezes escolheu nomear de Amor.
Hoje sinto-me como se se tivessem aberto as portas para a vida, melhor que isso, toda uma avenida foi coberta com um tapete vermelho para eu poder viver.
As palavras jorram em mim como na velha fonte arábe, vindas sei lá de onde, refrescando a minha alma, que corre o risco de se fundir tão grande é esse sentir.

(23/03/1992)

Medo papão

Muitas vezes
Muitas coisas
tenho a dizer
Mas poucas
ou nenhumas vezes
as digo
umas por Medo
que Papão tão vil este
que impede instintos
de serem concretizados
Outras por nada.
Mas por nada
eu hoje não direi
eu gritarei
tão alto que os vidros partam
os prédios estremeçam
e as flores floresçam
Não sei se já se sabia ou não
mas é verdade...

(Data desconhecida)

Imagem de Ti

Tento esquecer-me de ti
fecho-me em mim mesmo
largo asas aos sonhos
perco-me no meu universo imaginário
aí nunca te perdi
se bem que nunca te tivesse tido
lembro-me sempre de ti
como se desde sempre te conhecesse
Mas tu não és quem eu quero
quem eu quero é só uma imagem que tenho de ti.

(Data desconhecida)

Aprender a Amar

Gostava de saber sentir
necessito amar
sinto-me cansado do vazio negro
que me absorve interiormente
Quando mais novo
reduzia a pó tudo
inclusive os sentimentos
Desmembrei-os em impulsos electricos
e moleculas biologicamente geradas
tudo podia ser explicado de uma forma racional
Agora encontro-me num desespero profundo
anseio por reaprender o mito do Amor
Quero Amar!

(Data desconhecida)

Estou em ti

Nem sempre sei onde estou
Mas sei sempre
voltar
Pois sei que quando voltar
tu hás-de lá estar

A inercia só me prende
a ti
pois o movimento só tem significado
para ti direccionado
Se um dia as forças de atracção forem mútuas
nada nos poderá separar.

(Data desconhecida)

Não sei o que faria

Não sei o que faria
se não te visse.
talvez nem existisse.
Mas sei algo que faria,
se não te conhecesse,
não estaria agora aqui.
Não pensaria em ti.
Não sofreria quando sofres.
talvez nem vivesse sem ti.
Pois como a terra
ser o ventre da flor,
sem o Sol.
Como pode ela nascer,
sem um Sol para admirar?
Ou o passáro viver,
sem de Amor cantar?

Talvez eu mais não fosse do que nada.
Pois sem ti,
muita coisa perde o sentido.

(Data desconhecida)

Amo-te

Não sei o que fazer.
O tempo passa,
e eu sem te poder dizer.

As nuvens viajam,
e eu não me esqueço,
só em ti penso...

Mas...
Mas não sei,
o que fazer,
o tanto que eu te queria poder dizer...
Mas nunca soube como o fazer.

Sonho, engano-me.
Vivo, desperdiço.

E tudo porque,
não sei como te dizer ---_--!

(Data desconhecida)

Pease don't...

Please don't let me cry anymore.
Dry my tears, with your hair.
Let the sun come back,
the clouds travel to a very far away_place...

(Data desconhecida)

Sorry

If your thears don't wash your sins
If a "sorry" is not enought
If you knee
and she can't see it
are you clear enought to see
that the sorry has end to a ate
Now your tears don't make a diference
because her heart
is now to cold to feel anything
Even piety, or other human fellings for you

(Data desconhecida)

Don't cry...

If you said
you would'nt cry
why your eyes are dropping water
why your heart is falling apart
why the happiness has no place in you to live in
why the birds don't sing anymore
why the children cry alone
and the dogs are so thin ... ?

(Data desconhecida)

Time to Let Go

There is a time
on everybody's life
when we
have to left someone behind
I know is hard
to say goodbye to people
but it's more hard to say goodbye
to a friend
if is hard,
why we have to say it?

Just because
we like to much of him...

if it were in our hands
our friends happiness
would'nt you let him go
on his own?
Because there is a time...

(Data desconhecida)