quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Tarde demais

Vós Oliveira
Secular habitante de Portugal
Que tanto sabes e nada dizes
Vós que aí estais
Apodrecendo sob o olhar indiferente de todos
Vós que de amores a ódios, já todos abrigastes
Vós que à vossa fria sombra já tivestes guerras e tratados
Vós que corpos alimentastes e pescoços esticastes
Vós a mais nobre das àrvores
A mais pura e glorificada
Vós que sois o primeiro sinal do início e do fim de tudo
Vós a que todos sobrevivestes
diz-me
diz-me como é ser àrvore
ser pura e putrefacta
ser nobre sem vassalos
ser simbolo de vida e estar a definhar.
diz-me tudo,
antes que,
seja,
tarde de demais...

(Data desconhecida)