segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Novo tempo

Sinto o pulsar de um novo tempo
nesta aurora crepuscular
tem um grave movimento
não parece nunca definhar
as suas rotas e trajectórias
expressam-se em elipses diametralmente opostas
Pois sempre ao inspirar
esse movimento involuntário e regular
engole um oceano, exponencialmente maior
do que o Universo parece regurgitar
O tempo não tem razão
as leis também não
A moral é imoral
Já não mereço perdão
Sinto-me partir,
sem daqui sair
O mundo expõe-se em fotogramas
de ténue e amarelada luz
Onde antes água corria
os peixes aprendem a voar
O espaço que o meu corpo habita
já não é uno e livre
Será que me estás a matar.