sábado, fevereiro 06, 2016

O meu melhor sonho

O pior pesadelo arrancou-me hoje à feliz alienação duma noite de sono, tantos anos depois nunca esperei que como hoje sentir a falta do toque seda de sua pele, quando as nossas mãos se encontravam. Sentir a sua aura envolvendo me quando nos aproximavamos um do outro ...
Jogo dominó com pedras da calçada
percorro os trilhos nelas deixadas
rumo a um destino por mim desconhecido
escondo-me das gotas das nuvens passageiras
por entre as folhas outonais

terça-feira, julho 03, 2007

Rafael Moirai original

Manifesto

Reclamo o direito de viver e morrer,
do sofrer e do prazer,
a liberdade de ser eu a escolher.

Escolho um ditador a uma democracia,
prefiro submeter-me à vontade de um
a respeitar os direitos de muitos.


Reservo-me o direito de tudo negar,
pois,
sou livre
de o fazer ....

sexta-feira, maio 27, 2005


Rafael Moirai
Original

Viagem

Sentindo o teu chamamento
no alísio vento
embarquei no primeiro barco
e deste porto zarpei
às gaivotas encarreguei de o teu nome propagarem
para se de mim esquecerem
a ti possam retornar
a viagem teve seu parto
espero que no fim a lúgubre não me espere.

terça-feira, março 01, 2005


Rafael Moirai
Original

A espera

A espera
do comboio que não para
das andorinhas que não voltam
do amor que não parte

os insolventes espaços de tempo
que a preenchem

o isolar do mundo por algo
que nunca surge

as imagens diáfonas
de alegrias que não tive

O preencher do momento
para que o vazio não asfixie
a esperança por nós não perdida.

quarta-feira, fevereiro 23, 2005


Rafael Moirai
Original

Esperança

Monstros começam a invadir.
O bréu cobre-os.
Batalhas à partida perdidas iniciam-se
pequenos exercitos de ódios sangentos
saciam-se na ténue esperança
até quando...

sexta-feira, fevereiro 18, 2005


Rafael Moirai
Original

Deixei-me levar

Deixei-me levar na corrente
dos rios em tormenta
as cheias prenunciavam-se
o meu corpo balançava-se

o tempo sem termino
em espaços passava
o vento sem rumo
as folhas levava

o sangue com que os seixos me presentearam
gotejava
escuro e ferroso
afundava

Sem fim à vista
o tempo passava
a razão à loucura se transformava
uma alienação doce
da realidade imaginada

Enquanto o corpo mirrava
a vida era sonhada
o destino multiplicava-se
em milhares de possíveis variantes.

terça-feira, fevereiro 15, 2005


Rafael Moirai
Original

Agonia

A agonia que este vazio me cria
vazio nunca por ti preenchido
As noites de sonhos de amor
contigo contracenados
Os dias que sem ti
já vivi
Os futuros contigo idealizados
que se transformaram em castelos de cartas
para sempre desmoronados.

É tudo isto que me resta
me corrói,
autofagicamente me devora
em constante consonância
com o movimento dos ponteiros
desses relógios automultiplicadores
que todos os dias
transformam as nossas vidas
nos seus habitats.

Em ti

A folha que do ramo se desprendeu
e eu vi
O pássaro que aprendeu a voar
e eu vi
A gota que da nuvem se soltou
e eu vi
O remoinho que ontem se formou
e eu vi

Todos me fizeram pensar em ti.

Menina da Lua

Menina da Lua
Deixa-me a ti me juntar
e viajar na tua falua
e assim percorrer esses mares de alcamias
polvilhados de estrelas e imensas galáxias
para onde navegaríamos para não mais voltar
encalharíamos nesses confins
onde todos os dias nasce um universo
e todos os dias renasceria a minha esperança
de um dia retornar
e voltar a amar.